Bio
Nascido no quilombo Jamary dos Pretos, em Turiaçu/ MA, 1997, Joelington Rios é quilombola e artista visual. Estudou na Escola sem Sitio com Pollyana Quintela, Efrain Almeida e Cadu.
Atualmente, ele trabalha e mora entre o seu Quilombo no norte do Maranhão e o Rio de Janeiro, onde desenvolve pesquisas no campo das artes visuais. Rios combina diferentes técnicas e práticas artísticas, misturando fotografia, vídeo arte, performance, arte sonora, escultura e instalações.
Sua pesquisa tem como objetivo revelar outras corporalidades, criar significado, re-significar memórias e elaborar outras formas de existência.
O que sustenta o Rio, pressupõe uma deambulação pela cidade em estado de questionamento, entre deriva e errância para demonstrar os desafios de viver na cidade.
Por fotomontagem em preto e branco, Rios sobrepõe e ajusta graficamente a imagem do Redentor à cabeça de pessoas retratadas, quase anônimas, em situações ordinárias, como emblema de pertencimento à cidade do amor e das fricções. Para Joelington Rios, viver o Rio foi a experiência radical de descoberta transformadora de seu olhar sobre o centro, os subúrbios, as favelas, as praias como contrastes, asperezas, embates, exclusão. Para o dito “fotógrafo quilombola” o Rio ideal, a Cidade maravilhosa, colide com a crise estrutural de grandes segmentos da população, o apartheid social gritante, a vida nua, a realidade frictiva da marginalidade social. O Rio de Janeiro tem uma avançada antropologia urbana crítica de sua situação urbanística que espelha a estrutura sócio-econômica que divide a cidade entre morro e asfalto, por ordenamentos de classes sociais, bairros e grupos sociais. A interação se dá pelo trabalho e pela praia, por exemplo. O termo a cidade partida se disseminou em 1994 com o livro de Zuenir Ventura, malgrado tudo a cidade não deixa de ser amada e cantada, para o bem e para o mal, pois seus moradores, como os personagens de Joelington Rios trazem o Rio na cabeça. É o Rio de Rios.
O ensaio O que sustenta o Rio é um trabalho autêntico. Bonito e emocionante. Duro e puro. A importância, a força e a dignidade do alicerce humano estão ali, pavimento do solo onde será erguida a imagem glamurosa da cidade. Simples e maravilhosamente didático, como um corte transversal profundo, o autor escancara o subsolo social da pirâmide nacional.
A série O que sustenta o Rio nasce do contato e da “experiência de um corpo negro que se desloca e observa o que está ao redor. São crônicas de uma cidade que ora vive de sua aparente estabilidade e paz e ora é sacudida pelas questões sociais inerentes a esse sistema que privilegia poucos em detrimento de muitos.
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